Representantes do Sistema Ocepar, de cooperativas paranaenses, das organizações estaduais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Ocesc e Ocergs), além da Defesa Civil, Sebrae/PR e Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul participaram de reunião, no dia 19 de novembro, para discutir as próximas etapas de auxílio na recuperação do município de Rio Bonito do Iguaçu, atingido por um tornado no dia 7 de novembro. O encontro do Comitê de Ação SOS Rio Bonito do Iguaçu contou com a participação de 63 pessoas, de forma presencial na sede da Coprossel, e on-line.
O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, solicitou que a reunião começasse com relato do que foi verificado nos últimos dias na região. O superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, e o coordenador de comunicação e marketing do Sistema Ocepar, Samuel Milléo Filho, realizaram reuniões com lideranças das cooperativas envolvidas, incluindo Eder Pozzer e Fábio Mueller (Coprossel), Paulo Roberto Fachin e Felipe Patel (Coasul), e Eduardo Bekin (Invest Paraná), para discutir possibilidades de investimentos com apoio da Fomento Paraná.
Também houve um encontro na sede da Sicredi local com representantes da prefeitura, Associação Comercial, Copacol e Sebrae/PR. Duas propriedades rurais que perderam tudo com o tornado foram visitadas. Milléo disse que o cenário que foi presenciado mesmo 11 dias após o ocorrido é de destruição. “Nenhum registro fotográfico ou vídeo, consegue transmitir aquilo que pudemos ver e viver aqui nesses dois dias, ouvindo produtores, cooperados, funcionários das cooperativas e moradores de Rio Bonito do Iguaçu. Mesmo sabendo de todas as dificuldades, todos falam que irão superar tudo isso e fazer de Rio Bonito do Iguaçu mais bonita ainda.”
A representante da Defesa Civil, Fernanda Adams, elogiou o trabalho que está sendo feito pelas cooperativas na região. “Aproveito para agradecer também o apoio da Coprossel e da Ocepar pelo empréstimo de computadores para o cadastramento de famílias necessitadas”. Segundo ela, um plano de reconstrução da cidade está sendo elaborado pelo governo do estado. Ela afirmou que acredita que o governador Ratinho Junior irá atender aos comerciantes e agricultores com as mesmas condições, com relação a juros para tomada de recursos.
Durante o encontro, foi ouvida a representante da Ocergs, Simone Zanatta, a respeito da experiência do Rio Grande do Sul para recuperação dos prejuízos das enchentes de 2024. Ela explicou que houve arrecadação de dinheiro diretamente em contas pix nas cooperativas Sicredi e Sicoob. “O recurso enviado às cooperativas de crédito foi destinado à reconstrução de infraestrutura (pontes, casas e materiais de construção)”.
Zanatta ainda contou que houve priorização para compras de itens essenciais nas cooperativas ou supermercados de cooperativas, com objetivo de ajudar a economia local.
Durante a reunião, Paulo Pinto, da Coprossel, informou que a cooperativa cedeu um barracão para recebimento/distribuição de doações. Segundo ele, uma conta PIX foi aberta com o Rotary de Laranjeiras do Sul. Com doações recebidas, foi possível comprar telhas para 40 casas.
Orlando Muffato, do Sicredi Grandes Lagos, disse que a primeira iniciativa foi dar suporte a sete colaboradores que tiveram perdas consideráveis e para famílias de outros 8 colaboradores impactadas. A cooperativa vai apoiar a reconstrução de casas até o valor de R$ 252 mil. Muffato informou que, até aqui, o pix disponibilizado na conta Sicredi arrecadou o valor de R$ 3 milhões.
André Dallogio, da Cresol Vale das Águas, destacou a importância de humanizar no primeiro impacto e, em seguida, olhar para a questão econômica, especialmente dos pequenos e médios empresários locais. Ele contou que a conta pix da Cresol arrecadou, até aqui, R$ 350 mil.
Gisélio Linhares, do Sicoob Credicapital, parabenizou a sensibilidade e agilidade dos peritos que avaliaram o pagamento de seguros. Ele alertou que pessoas com mais recursos, que possuem caminhonete, conseguem buscar doações, como telhas, por exemplo, enquanto aquelas sem esses meios ficam sem ajuda e seguem com casas cobertas com lonas.
Felipe Patel, da Coasul, disse que a primeira medida foi estabelecer comunicação com os 310 colaboradores de Rio Bonito do Iguaçu. Ele também informou que a cooperativa cedeu toda estrutura do entreposto em Rio Bonito do Iguaçu para uso da Defesa Civil, já nas primeiras horas do tornado. Atualmente, um armazém está sendo utilizado para receber e armazenar doações.
Itamar Ferrari, da Copacol, perguntou como as cooperativas mais distantes podem auxiliar, visto que não há mais necessidade de roupas e alimentos. Solicitou orientação sobre onde as ações devem ser direcionadas.
César Rissete, do Sebrae, disse que o foco da entidade é ajudar as empresas, como comércio, serviço, agro. O Sebrae iniciou diagnósticos empresariais e prevê ter, em média, 400 deles prontos na próxima semana.
Eliseu Telli, do Sindicato Rural de Laranjeiras do Sul, citou a informação de que o Incra repassará até R$ 75 mil por assentado e pleiteou que os recursos também cheguem a agricultores não assentados. Ele pediu que o Governo do Paraná equipare os juros fornecidos a comerciantes (juro zero) para os agricultores
Marcos Capanema, do Sicoob Central Unicoob, pontuou a necessidade de as ações serem assertivas, para que os recursos cheguem, de fato, a quem mais precisa e para reconstruir a região.
O coordenador de Comunicação do Sistema Ocepar, Samuel Milléo Filho, chamou atenção para necessidade de prestar conta das ações. Segundo ele, é importante que cada cooperativa, através dos agentes de cooperativismo, registre suas iniciativas no portal da OCB, no Sistema Bússola. Informou que as dúvidas podem ser esclarecidas com a Luciane da Silva, do Sescoop/PR, através do whatsapp (41) 3200-1186.
A reunião foi finalizada pelo presidente da Coprossel, Paulo Pinto, e pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, às 15h.
Os integrantes das cooperativas da região (Coprossel, Sicredi Grandes Lagos, Cresol Vale das Águas, Sicoob Credicapital, Copacol, Coasul, Central Sicoob Unicoob), envolvidas diretamente nas ações de ajuda decidiram, ao final do encontro, criar um pequeno comitê com a participação do Sistema Ocepar, Sebrae e Sindicato Rural, para agilizar a troca de informações sobre as necessidades mais urgentes das famílias e pequenos empresários já cadastrados junto à Defesa Civil.
Fonte: Ocepar
Postado por: Jefferson Silva - Laranjeiras do Sul
21/11/2025