As duas pessoas envolvidas no crime de extorsão mediante sequestro da médica Tamires Regina Gemelli da Silva, filha do prefeito de Laranjeiras do Sul, Berto Silva, ocorrido em outubro de 2020, em Erechim, foram condenadas nesta quarta-feira (21).
A Wilson Roberto Kintof, considerado o mentor da ação, foi aplicada pena de 17 anos de reclusão, e a Sirlene dos Santos Moraes, 15 anos de reclusão. Para ambos o regime de cumprimento é o inicial fechado. Autor da decisão condenatória, o juiz Marcos LuÃs Agostini, negou o pedido de liberdade dos réus, presos desde o inÃcio das investigações.
“Pode-se concluir com segurança que os réus sequestraram a vÃtima Tamires, mantendo-a em cativeiro pelo perÃodo de seis dias, com a finalidade de obter, para si ou para outrem, vantagem econômica consistente dois milhões de reais a tÃtulo de condição ou preço do resgateâ€, disse na sentença o magistrado da 1ª Vara Criminal da Comarca de Erechim. Cabe recurso da decisão
Sentença
Mais detalhadamente, o juiz explicou que transcrições de escutas telefônicas, imagens das câmeras de videomonitoramento, imagens das ERBs (Estações Rádio-base), entre outros elementos, ajudaram a comprovar o itinerário percorrido pelos réus. Imagens das câmeras de videomonitoramento também revelaram que os acusados estiveram em Erechim na data do sequestro, fato comprovado pelo testemunho de um taxista que os atendeu na cidade.
“Também consta da prova oral e do Inquérito Policial que foram adquiridas recargas para os telefones celulares pré-pagos utilizados para solicitar o resgate, oportunidades em que os réus foram flagrados pelas câmerasâ€, registrou Marcos LuÃs Agostini.
Wilson
Sobre o réu Wilson, o magistrado o apontou como idealizador do crime, executor e responsável por realizar as ligações telefônicas para extorquir a quantia milionária do pai da vÃtima. Destacou que “o referido acusado também informou que mudava o tom de voz, deixando-o anasalado, quando dos telefonemas para os familiares da ofendidaâ€. Segundo o juiz, o réu disse também que, apesar de estarem em Itá, deslocava-se a Chapecó/SC para realizar os telefonemas, “acreditando que tais circunstâncias mitigariam as chances de ser identificadoâ€.
Sirlene
Em outro ponto da sentença é descrita a participação da ré Cirene, que ajudou o parceiro nas prévias do crime. “Auxiliou a observar a vÃtima, a limpar o primeiro cativeiro com o intento de remover digitais da mesma e, como se depreende do depoimento prestado pelo Delegado de PolÃcia Civil João Paulo, ela teve considerável atuação na escolha do segundo local utilizado como cativeiro, eis que já conhecia o imóvel e o sugeriu para Wilsonâ€.
O julgador afastou o argumento defensivo dela de que não soubesse da extorsão. “Diante da notável participação da coacusada Cirene na empreitada delituosa, não há que se falar em participação dolosamente distinta, tampouco que esta não concorreu para a extorsão mediante sequestroâ€, disse.
O sequestro
A médica foi sequestrada na manhã de 16 de outubro de 2020, quando saÃa do posto de saúde em que trabalhava, apontou a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Colocada em seu próprio automóvel, a vÃtima foi amordaçada e vendada. Os réus Wilson e Cirene ainda fizeram uma troca de carro antes de levar a vÃtima a um primeiro cativeiro, no interior do municÃpio de Itá, em Santa Catarina. Depois de três dias, os réus locaram outro veÃculo para transportar Tamires até a paranaense Cantagalo. Foi nessa cidade que a polÃcia os encontrou e conseguiu libertar a médica no dia 21.
Fonte: https://www.jornalbomdia.com.br
Postado por: adilson
22/07/2021