O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou Celso Fruet, empresário de 72 anos, suspeito de aplicar um golpe de mais de R$ 20 milhões contra 124 produtores rurais em Campo Bonito, no oeste do estado.
Segundo o MP, mesmo após vender sua cerealista para uma cooperativa, ele continuou negociando grãos e recebendo mercadorias sem fazer os pagamentos.
Conforme a denúncia, o homem mantinha o negócio há cerca de 30 anos e negociava grãos como soja e trigo com agricultores locais.
Ele armazenava as sacas em seus silos e, depois da venda da empresa, seguiu recebendo produtos e pagamentos dos produtores, mas não repassava o dinheiro.
A defesa de Fruet respondeu em nota que o cliente não cometeu crime e isso será provado no processo. O advogado Higor Fagundes afirma que Fruet passou por uma "catástrofe financeira" e vendeu os bens e a empresa para tentar pagar os agricultores, mas não conseguiu dinheiro suficiente.
O MP afirma que o empresário se aproveitou da relação de confiança construída ao longo dos anos com os agricultores para aplicar os golpes.
As vítimas só descobriram a fraude em 21 de julho, quando foram até o local e encontraram o estabelecimento fechado. O imóvel havia sido vendido para a cooperativa.
As investigações também indicam que o empresário teria praticado crimes semelhantes em anos anteriores nos municípios de Capanema e Catanduvas, mas esses casos prescreveram.
O homem foi denunciado por 124 ocorrências de estelionato, sendo 38 contra idosos. O Ministério Público pediu, além da condenação, o pagamento de indenização às vítimas pelos prejuízos causados.
O suspeito tem mandado de prisão em aberto e é considerado foragido pela polícia.
Conhecido na região como empreendedor bem-sucedido, Fruet ostenta carros de luxo, cavalos de raça, fazendas e frota própria de carretas nas redes sociais.
Ele atua há 30 anos no mesmo endereço e conquista clientes com atendimento flexível, permitindo entregas à noite, em fins de semana e feriados, segundo a polícia.
Conforme a investigação, Fruet fugiu no fim de julho, após esvaziar os silos da empresa. No dia 21 do mesmo mês, agricultores que foram negociar soja e milho estocados no local encontraram o prédio sem grãos, computadores ou o proprietário.
Funcionários informaram que ele havia vendido a cerealista e deixado a cidade.
A família de Marilete Pagani tinha 320 sacas de soja armazenadas na cerealista, segundo ela, cerca de 38 mil reais. Ela conta, que era o dinheiro para pagar o tratamento de saúde do pai, que tem Alzheimer e Parkinson e está acamado.
“Ficamos em desespero. A gente contava com aquilo ali, a gente confiava, então dá um desespero de saber que você perdeu tudo o que tinha. O suor de cada dia, o trabalha sábado, domingo e feriado. De repente você não tem nada, dá uma revolta bem grande”, diz Marilete.
Fonte: G1/PR
Postado por: Adilson
14/10/2025