Pelo segundo mês consecutivo, o mercado de lácteos manteve tendência de estabilidade no Paraná. Os derivados com maior participação no mix seguem relativamente estacionados, mas valorizados. O comportamento do setor tem relação direta com a oferta um pouco abaixo da média para esta época do ano, afetada pela estiagem prolongada. O cenário foi apresentado em reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Paraná (Conseleite-PR), realizada nesta terça-feira (28), de forma remota.
O colegiado aprovou a projeção do valor de referência de R$ 1,9165 para o litro de leite entregue em setembro a ser pago em outubro: queda de 0,17% em relação ao levantamento anterior. O valor de referência é usado como parâmetro na negociação entre produtores e os lacticÃnios. “As nossas projeções do perÃodo anterior se confirmaram. O mercado está em estabilidade, em um nÃvel de preços nominais elevados. São preços próximos dos praticados no mesmo perÃodo do ano passado e bem maiores que os anos anterioresâ€, observou José Roberto Canziani, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e um dos responsáveis pelo levantamento.
Responsável por 24% do mix de comercialização, o leite UHT é um dos produtos que permanece estável desde julho. Os preços do derivado estão um pouco maiores (2,40%) do que os praticados em setembro do ano passado, mas bem maiores que os verificados em anos anteriores. Em relação a 2019, por exemplo, a alta do UHT chegou a 48%.
Produto que responde por quase a metade do mix, o muçarela também praticamente andou de lado: a alta projetada é de 0,34% em relação a julho. Outro queijo com comercialização expressiva, o prato teve oscilação um pouco maior, com valorização de 2,62%. Parmesão e provolone, por sua vez, registraram leve queda. “De modo geral, os queijos estão em valores nominais um pouco abaixo dos verificados no pico do ano passado, mas com preços bastante valorizadosâ€, resumiu Canziani.
Outros produtos com expressividade no mix, o leite spot teve leve valorização de 1,22%, enquanto o pasteurizado veio em alta de 2,73%. Entre os derivados com maior peso, a exceção foi o leite em pó, cujos preços recuaram 4% – em razão de as indústrias terem aumentado a produção de leite em pó desnatado, que tem preço menor.
Por outro lado, entre os produtos com menor comercialização, o requeijão deu sequência a sua escalada de preços, com valorização de 6,80%. O doce de leite também registrou movimento semelhante, com alta de 3,40%. O iogurte, cujos preços já tinham dado um salto em abril, tiveram novo movimento positivo, oscilando 5,04%.
A reunião também abordou um problema recorrente do setor: a alta continua dos custos de produção, provocada pela valorização dos grãos. Ainda assim, produtores e indústrias de lácteos manifestaram resiliência. “Estamos com os custos de produção extremamente elevados. Temos relatos de produtores que não conseguem alimentar seu rebanho, de indústrias afogadas em função da competitividade e mercado consumidor travado. Mas nosso setor é sempre otimista. Esperamos um final de ano melhor do que estamos agoraâ€, observou o presidente do Conseleite-PR, Ronei Volpi, que representa o Sistema FAEP/SENAR-PR no colegiado.
Fonte: FAEP - CONSELEITE
Postado por: Jefferson Silva - Laranjeiras do Sul
29/09/2021