Cultivares de gramÃneas desenvolvidas pela Embrapa têm ajudado produtores rurais da Amazônia a manter a atividade pecuária produtiva mesmo em áreas com encharcamento, problema que causa a degradação de pastagens na região. Adaptadas a solos com baixa capacidade de drenagem, essas gramÃneas apresentam boa resistência no pasto e elevada produção de forragem de qualidade, caracterÃsticas que proporcionam vida longa à s pastagens e aumentam a sua capacidade de suporte. Em propriedades rurais do Acre, essas tecnologias mais que triplicaram a taxa de lotação do pasto, que subiu de uma para 3,6 Unidades Animal (UA) por hectare, com ganhos para as famÃlias rurais e para o meio ambiente. Esse aumento de produtividade evitou a abertura de novas áreas para a formação de pastagens. Estima-se que foram poupados 23 milhões de hectares de floresta, que não precisaram ser desmatados.
Estudos sobre a degradação de pastagens, com foco no desenvolvimento de soluções tecnológicas, são realizados pela Embrapa desde 1990, por meio de diferentes projetos executados em diversos estados, em parceria com a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto) e outras instituições do setor produtivo. Como resultado desse esforço integrado de pesquisa, nos últimos 20 anos foram disponibilizadas para o mercado 14 cultivares de forrageiras dos gêneros Arachis, Brachiaria, Cynodon e Panicum, recomendadas para cultivo em solos encharcados, caracterÃsticos da Amazônia. Entre essas tecnologias estão a grama-estrela-roxa e os capins BRS Xaraés, BRS Piatã, BRS Zuri, HumidÃcola e Tangola, que integram a lista das gramÃneas mais cultivadas na região. Â
“Além de proporcionar longevidade à s pastagens, as forrageiras resistentes ao encharcamento também são tolerantes a pragas e doenças e se destacam pela qualidade nutricional da forragem, devido ao elevado teor de proteÃna bruta. Esses fatores melhoram a dieta animal e influenciam positivamente a produção e a rentabilidade dos sistemas pecuários da regiãoâ€, afirma o pesquisador da Embrapa Acre, Carlos MaurÃcio de Andrade.
Resultados na produção
As forrageiras adaptadas desenvolvidas pela Embrapa atendem a diferentes particularidades dos solos de propriedades rurais amazônicas, desde áreas relativamente úmidas até aquelas em condições extremas de encharcamento. Na busca por alternativas para tornar o pasto mais produtivo em solos sujeitos ao encharcamento, pecuaristas da região apostaram no uso dessas forrageiras tanto para recuperação de pastos degradados como para formação de novas áreas de pastagem.
Um desses capins resistentes, o BRS Piatã (foto abaixo), conquistou a preferência do produtor Edmar Cordeiro, proprietário da Fazenda Paloma, localizada a 100 quilômetros de Rio Branco (AC). Em 2007, ele elegeu a forrageira para substituir os quatro mil hectares de pastagem de capim-braquiarão, existentes. Para diversificar a alimentação do rebanho, há três anos também cultiva a grama-estrela-roxa e o capim BRS Zuri, gramÃneas com boa adaptação a solos com capacidade intermediária de drenagem, predominantes na propriedade.
Fonte: EMBRAPA
Postado por: Jefferson Silva - Laranjeiras do Sul
21/01/2021